domingo, 27 de dezembro de 2009

Sirenatta (Bruno Galera)

"Sirenatta" é um neologismo. Trata-se da junção carinhosa entre "sirenetta", que significa "pequena sereia" em italiano, e serenata. Lenda e música, mulher e som, melodia. Para quem me tem do jeito artista, poeta, menino e companheiro, e só ela tem. Buon giorno, principessa!


Well, tem som e o vento

quando baila no mar

faz castelos de areia

e a princesa ao luar

enfeita-se de estrelas

conchas vestem seu véu

sereia, sirenetta, serenata

ser mel...

e o dia, well, tem samba

capoeira e oxalá

Oxum na cachoeira

óia o canto

[e o sabiá

anuncia que hoje é festa

e vem pra dançar

que a noite é uma folia

e nela eu vou é me esbaldar.


terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Paraty (Mar Branco)

"Alma vai além de tudo que o nosso mundo ousa perceber".

É com esta passagem da letra de "Anima" de Milton Nascimento e Zé Renato que procuro a inspiração lapidada para escrever sobre algo tão íntimo quanto a redescoberta de si em si mesmo. O que é ser poeta revelado em menino e o menino recriado no poeta? Ser feixe e a luz é minha cor e essência? Ser pedra transformada em límpido cristal? Ser a voz calada não o silêncio?

Lembro-me de um Soneto de Camões:

"Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.

Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois consigo tal alma está liada.

Mas esta linda e pura semideia,
Que, como o acidente em seu sujeito,
Assim como a alma minha se conforma,

Está no pensamento como idéia;
E o vivo e puro amor de que sou feito,
Como a matéria simples busca a forma"

Na busca pela inspiração além da matéria, recordei-me de Alan Kardec ao escrever que

"Nascer, morrer, renascer ainda, progredir sempre, tal é a Lei".

Eis minha mais nova composição inspirada ainda no lindo comentário de uma eterna fonte de inspiração e admiração mútua: "Outra Brilhante Rapsódia, Impetuoso Gênio Admirador Da Arte! Poesia Ensolarada, Lira Afetuosa, Melodia Universal: Sensações Insensatas Curiosamente Aflorando!"

Renascer em ty
da fonte o curso
imerso em meio
antes do Sol
nascer em si
o primeiro
[sopro o vento
reinventa o mar.

Renascer em mim
calada a voz
não o silêncio
no fim o início
o novo, um recomeço
feixe de luz de
cor e essência.

Renascer em ty
da pedra um límpido
[cristal
na boca um doce
’sabor divino
[e o sal
como brilha.

Renascer em mim
do todo que não existia
e o que da noite
em claro
[fez-se o dia
no menino
o poeta nele
[revela.

Renascer enfim
o que há de mais puro
[e belo
navegando em mares tão diversos
Universos
[uno versos
Encanto, Paraty

Clara
Luz
Anima
Um
Dia
Inteiro
Amor.



sábado, 24 de outubro de 2009

Florescer (Bruno Galera)

Florescer é vida, é arte pintada de poesia nas cores do amor. Fiz essa canção ensolarada porque meu coração é Sol que "pinta um’aquarela"; porque quando alguém está só existe sempre quem se transforme em tela para, juntos, colorirem a vida. Como Drummond profetizou que "uma flor nasceu na rua", assim nascem as paixões. Minha paixão pela poesia floresce nesses versos. Ensolarize você também sua vida, sua arte! A lembrar que das flores, o jasmim significa graça e beleza delicada; a camélia revela-se como a grandeza da alma em sua perfeita beleza; o alecrim é a coragem e a felicidade; já o cravo se tempera com o aroma da canela para significar o amor puro e latente, a entrega e também a liberdade. São muitos os significados...encontre a sua própria flor-essência para brilhar, sempre.



Vem, ela vem, ela vem, ela vem (2x)


Vi o Sol pintar um’aquarela

Quando eu só, você se fez em tela

E cores, mil cores, sabores e

[jasmim.


Vem, ela vem, ela vem, ela vem (2x)


Veio moça, o mel, o amor e bela

Fez-se em vida toda a primavera

E flores, mil flores, camélia e

[alecrim.


Vem, ela vem, ela vem, ela vem (2x)


Misturei ao cravo e à canela

O meu todo que me cabe nela

Vem, faz um bem esse dengo

[ó meu bem.


Vem, ela vem, ela vem, ela vem (2x)


Nasce fonte, a arte oculta e vela

O laço, o verso e nasço sentinela

de quem só me tem desse jeito

[e ela tem...


Vem, ela vem, ela vem, ela vem (2x)

Vem, ela vem, ela vem, ela flor e ser (2x)


segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Cantiga para Camila (Bruno Galera)

Nota de um Diário de Bordo encontrado em uma antiga embarcação: "Para Minhocamila (Amiga da Terra), minha eterna dupla, amiga e companheira de várias aventuras; eu, Galera Caravela (Amigo da Navegação), dedico os versos dessa cantiga com a esperança de que a terra e o mar sempre se encontrem no abraço de uma onda, no aconchego de uma praia, nas mudanças da maré e na segurança de um porto onde todo navegante deseja, simplesmente, reencontrar quem tanto ama e, ali mesmo, repousar." (G.C.)

“Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?”
(Caetano Veloso)

Vem cá, menina, vem
que agora eu vou
[te mostrar
quanta beleza que existe,
[morena,
quando a terra deságua
[sobre o mar.

Como uma onda
[que beija
a praia e com ela
[quer se enlaçar
Eu faço de um sopro
uma brisa que leve
[a cantiga onde quer
[que eu navegar...

Ah, quanto eu naveguei
e desejei ter asas pra voar
mas, só nos teus braços,
[menina,
é em terra firme
que eu quero me
[deixar.

Vem cá, morena, vem
que agora eu vou
[te en-cantar
há tantas estrelas,
[menina,
que refletem nas águas
[o teu olhar.

Como quem pudesse
[as conchas
na praia uma a uma
[contar
Eu conto os contos
[cantando a cantiga
qual uma concha assovia
[o som do mar...

Ah, quanto qu’eu amei
me lancei e nessa dança
[eu sou teu par
E por mais distante
que eu esteja,
eu te encontro há tempo
[de caetanear.

Vem cá-mila, vem
que agora eu vou
[te mostrar
quanta beleza que existe,
e a vida é um porto onde
[eu sonho te encontrar.

domingo, 5 de julho de 2009

Olhos de Alline (Bruno Galera)

Sempre admirei a habilidade de alguns poetas em fazer arte das coisas mais simples, cotidianas. Manuel Bandeira e seu eterno "Poema retirado de uma notícia de jornal" é um ótimo exemplo desse feito. Os olhos parecem tão comuns quanto uma notícia de jornal, não acham? Porém, acredito que o olhar guarda em si um irrevelável mistério: nossa alma; porque temos nos olhos o reflexo daquilo que somos. Eu me permiti nessa singela homenagem a uma amiga minha refletir um pouco sobre esse efeito enigmático e, ao mesmo tempo, revelador, que é descobrir no outro um pouco da nossa própria essência, dos nossos próprios mistérios. Não costumo escrever poemas, contudo aqui está uma tentativa à minha maneira de refletir sobre o quanto estamos ligados, mesmo que por um instante, mesmo que por um breve e súbito olhar.



Os olhos de Alline são um convite.

Um convite para admirar as delícias

[de ser mulher.

Não as de sentido carnal;

sim as do prazer em ser e de viver.

São olhos que a-guardam

[um mistério

Um encanto em cada canto

[escondido.

Está ali, esperando por algo

[que talvez nunca chegue.

Todo este segredo

talvez nunca se revele

(e nem é preciso).

Ao olhar, sinto e

[me desperto

Porque tenho

[mais vida.

Porque desejo

[algo mais

(mesmo sem entender o que),

quando estou diante

dos olhos

[de Alline.

domingo, 26 de abril de 2009

O tempero (Bruna/Murilo/Marili/Bruno Galera)

Essa música fez parte da Apresentação Anual 2009 do projeto "Amigos do Sorriso - Alegria na FAMEMA" do qual faço parte como o "Galera Caravela", o Amigo da Navegação. É uma música composta a oito mãos. Orgulho-me de fazer parte desse projeto com tantos talentos. Agradeço nossos maiores inspiradores e professores: as crianças! Em especial, homenageio aqui os parceiros nessa canção: Mumusicalizando (Amigo da Cantiga), Primaveli (Amiga da Primavera) e Fifi - flautina (Amiga da Flauta). Parabéns também à equipe 2008 que, além dos personagens já citados, incluem: Cantariana, Marincena, Ruraldo, Belaistória, Minhocamila, Fred - Mochileiro, Hugolino, Jaquelétrica e Lina Bailarina. Pq a essência da vida é buscar em nós mesmos um tempero. Este dá o brilho àquilo q fomos, somos e seremos, sempre. O tempero é ser feliz!


"O riso é a menor distância entre duas pessoas"
(Victor Borge)


Acordo logo cedo
há tanta coisa por fazer
Plantão, estudo, almoço
quanta vida por viver
Há sempre uma esperança
[de fazer e ser feliz

Mas nada quer me ajudar
São pedras atiradas
e muros pra saltar
Caio no vazio que há
[em mim
Preciso escapar...
quero asas pra voar

Vou buscar
cada lágrima
[e dor que vi
Vou juntar
[com a beleza que há aqui
Vejo em seu olhar
[meu motivo pra lutar

E põe mais açúcar nessa massa
[que as dores
Viram notas doces
sons de múltiplos sabores
Quem quer a receita
[desse bolo que eu fiz
Ache num sorriso
[que o tempero é ser feliz.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Serenata na janela ('Tão Bela) - por Bruno Galera

Eis minha mais nova letra. Acabei de fazê-la e tão logo a publiquei. Trata-se de uma brincadeira musical, um diálogo entre situações da minha vida e influências literárias de Carlos Drummond de Andrade, Cazuza, João Guimarães Rosa e tantos outros sábios autores brasileiros. Acredito que o encontro de um novo amor é sempre um ótimo estopim para traduzir-se em arte: uma letra, um poema, um quadro, uma peça, uma dança, enfim.

“No viver tudo cabe.”

(João Guimarães Rosa)


Andava olhando o céu tão distraído

Perdido, meus pés pisavam em espinhos

[pedras no caminho...


E bela

[manhã o Sol em mim raiou

A chama de um novo amor

[me despertou

e agora eu canto...


Pra ela, acordes no meu violão

Ecoam as rimas, claves e os breves tons

De uma serenata


'Tão bela, me diz como se escreve amor

[com letras

Mistura de um liquidificador

Liquidifico a dor

Solidifico o amor

Liquidificador


Na janela, os versos sim são imortais

e sinceros, um tanto brega e banais

Mas, são seus

[quem diria...


que hoje eu olho à frente e decidido?

As flores venceram o asfalto e os espinhos

E sábio é o ditado que...


“É preciso sofrer depois de ter sofrido,

e amar, e mais amar,

[depois de ter amado”

Salve Guimarães!


'Tão bela, me diz como se escreve amor

[com letras

Mistura de um liquidificador

Liquidifico a dor

Solidifico o amor

Liquidificador

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Entre nós (Bruno Galera)

Esta letra é a minha 1ª composição; data da época que fazia cursinho pré-vestibular (2006) e em uma das aulas de gramática o professor revelou-nos que "eu" e "tu" flexionam-se em "mim" e "ti" depois de preposições (de, por, para, entre, etc.). A partir disso, fiz um poema que culminou, posteriormente, nessa canção. Tenho muito carinho por ela, afinal ela deu o impulso inicial para todo o meu cancioneiro que, de cá entre nós, continua amadurecendo e tomando novas formas a cada dia:

Entre você e mim
há algo assim
especial, sim
que me alegra
[o coração
de carinho, amor
sei lá o que é não

Entre você e eu
o português, meu
não sei falar
só sei cantar
e cantar desse meu jeito
[displicente
de inventar poesias
pra que todo mundo
saiba que o que eu canto
é, simplesmente,
[minha alegria

Entre você e eu
que agressão à gramática
mas, quem seria o tolo
de dizer que o amor
segue regras práticas?

E eu só sei cantar
e cantar desse meu jeito
[displicente
de inventar poesias
pra que todo mundo
saiba que o que eu canto
é, simplesmente,
[minha alegria.

Fernanda (Bruno Galera)

Esta letra é a 1ª que eu fiz em homenagem a uma mulher; na verdade, não a apenas uma em particular e, sim, a todas as mulheres chamadas Fernanda, as quais eu conheci e, pessoalmente, sempre tive um carinho e uma admiração verdadeira. Por isso a homenagem. Essa letra é antiga; foi composta em 2006 e estreiou em uma festa de aniversário de uma grande amiga cujo nome nem precisa ser dito. Apresento-vos "Fernanda":

Coração de menina
sempre sabe o que quer
A perfeita harmonia
entre a poesia e a mulher
A coragem e a ousadia
Criativa, ela não conhece
limites para a imaginação
É a moça da cantiga
A dona desses versos
e da canção

Não dá, Nanda
não dá pra te esquecer
Nanda, não dá
queria te dizer
que deixar de amar você
desse jeito não dá

Ela tem esses olhos
que brilham como estrelas
e uma beleza angelical
Todo encanto em cada gesto
de sensualidade e o cristal
Todo sonho se converte
na Paz e na Alegria
que guiam esse seu coração
Não há verso ou melodia
que me expliquem sua paixão

Não dá, Nanda
não dá pra te esquecer
Nanda, não dá
queria te dizer
que deixar de amar você
desse jeito não dá

Não dá, Nanda
não dá pra te esquecer
Nanda, não dá
E enquanto eu viver
[e respirar...

Só Fernanda.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Dom de Maria (Bruno Galera)

"Dom de Maria” é uma declaração de amor. Maria é o símbolo do feminino. O feminino da arte e suas multifaces; é a natureza, a mulher, a mãe, a vida, a coragem, a sabedoria, a paciência, etc. “Dom de Maria” revela-se como a inspiração que o universo feminino é para mim. E me encanta e me envolve e me fascina e me guarda. Eu sou conseqüência do dom de Maria. Essa letra é conseqüência do todo que essa união representa.

“Maria, Maria

É um dom, uma certa magia,

Uma força que nos alerta (...)

É o som, é a cor, é o suor

É a dose mais forte e lenta (...)”

(Milton Nascimento / Fernando Brant)


Ao Sol, a luz anuncia

E a terra quer revelar

O que o vento soprou na poesia

E espalhou-se nas águas do mar

O som que não silencia

Nem pode a voz se calar

Mas, tudo parou e nem o dia,

Quis o tempo, passou devagar

A Lua, a noite vigia

Sem pressa de o dia acabar

A valsa parece magia

Quando Maria se lança a bailar


Maria, menina, tão moça

Já gosta de dançar

E encanta Maria

O fogo que inflama o teu olhar

Menina Maria, não tenho

Palavras pra cantar

Teu encanto, Maria

Minh’alma toda parece enfeitiçar


Ao ritmo que marca e vicia

E a saia que roda no ar

As mãos se tocam macias

Dois corpos a se entrelaçar

Aos amantes, prazer e epifanias

E aos poetas, o dom de versar

E tudo que outrora perdia

Hoje é tempo de recuperar

A paciência, a sabedoria e a paz

A arte é querer e ousar

Fazer da vida uma dança

[e mestria

Para os passos

Eu saber te guiar


Maria, menina, tão moça

Já gosta de dançar

E encanta Maria

O fogo que inflama o nosso olhar

E hoje Maria, eu tenho

a palavra pra cantar

Maria, Maria

Minh'alma agora tem seu par.

Estrela cadente (Bruno Galera)

Nem todas as relações são para sempre, quaisquer que sejam elas, muitas começam, brilham, marcam nossas vidas e desaparecem, apagam-se; assim são as estrelas, cadentes ou não, seu brilho não é eterno; mas, quando acaba, outras estrelas estão lá para brilhar, para encantar a noite e assim vivemos, amamos, aprendemos e, um dia, apagamos para que novas estrelas brilhem no nosso lugar. As relações eternas são aquelas que por mais que a estrela não seja a mesma, o brilho permanecerá. Eis aqui minha mais nova composição:


Quando vi aquela estrela
Todo céu se ofuscou
Envolveu-me com encanto
E o menino no poeta
[transformou
Verso em canto
Sinestesias, rimas, beijo e dor

E, à noite, a estrela se apagou
Veja bem, foi só uma nuvem que passou
Mas, descobri algo um tanto diferente
Há outras estrelas que iluminam
o mesmo céu na minha frente

Aquela estrela que ainda brilha
é menina e sempre será
Acontece que descobri outras estrelas
e quantos segredos podem guardar?
Quantos mistérios encondidos no instante de um olhar?

Revelar-se-ão novos caminhos
e novas estrelas para guiá-los
Eu, ainda que sozinho, sei que amar
é como a luz que ilumina essa estrada:
Provém de tantas estrelas quanto
meus olhos não são capazes de contar.

Alvorada (Bruno Galera)

"Clara manhã, obrigado. O essencial é viver!"

(Carlos Drummond de Andrade)


Abra a porta.
Vê janela.
Sai pra ter o mundo,
vem ouvir raiar o dia
e eu vou lhe mostrar
que quanto mais a gente teima,
menos sopra ventania
e a vida não espera;
já é tempo de voar.

O teu quarto que era escuro,
hoje não é mais;
tua mente se liberta
em Sol, dós e lás;
ré-mi no mar
[da esperança,
fá-si valer a pena,
e lembrar que é preciso
prantos para navegar.

Abra a porta.
Vê janela.
Sai pra ter o mundo;
vem provar do mel
e o dia pinte azul-grená,
misture ao amarelo-ouro,
o verde das florestas.
Dize ao branco das estrelas
que é tempo de brilhar.

Clara manhã
como és bem-vida!
O amanhã, quem sabe?
O que o futuro nos reserva
[só ele que dirá;
e se houver qualquer silêncio,
põe alguma melodia.
Cante, brilhe e sorria
que sempre é tempo para amar.

E a alvorada traz primeira
luz que reflete em teu olhar.

A viola e o vento (Bruno Galera)

A K.R.R que desde a primeira vez que escutou essa canção sempre pede para que eu a toque de novo quando nos encontramos. Ele é um grande entusiasta desta canção e não poderia deixar de homenageá-lo aqui. Abraço para ti, irmão de alma!


“Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.” (Cruz e Sousa)


Versos voam lento
vem o vento violando
a ventania tem viola

Versos voam lento
vem o vento violando
a ventania tem...

Trovador e a viola
toca contra o vento
violando e o tempo
é imortal

Mas se ainda ar e poesia
coração o caminho guiará
na canção, liberdade
nos campos e nas cidades
versos, viola e no vento
[a verdade
revelar-se-á.

Viola versa o vento
e contagia a todos
com essa alegria de...

Cantar e, por magia,
nasce o Sol, mais um dia
a luz da manhã no olhar
[anuncia
o seu despertar

E se ainda acorde e harmonia
um som no vento, leve, ensinará
que onde há flor há esperança
um sorriso, uma lembrança
seja jovem, adulto
ou velho, uma criança
renascerá.

Versos, viola e lento
vem o vento violando
a ventania tem...

Trovador e a viola
toca contra o vento
violando e o tempo
é imortal

Estrela mineira (Bruno Galera)

A muitas mineiras q preenchem o coração deste compositor com alegria...Ceumar...S.H.D. Segundo meu pai, uma "obra-prima". Acalme-se leitor, pois esta é apenas a opinião do meu grande ídolo (meu pai) e que eu estou transcrevendo aqui...quanto a mim, deixo a todos que lêem o que escrevo e canto o juizo de dizer qual gostam mais ou menos, e se podem ser consideradas naquela classificação...


“(...) Só os mineiros sabem
e não dizem nem a si mesmos
o irrevelável segredo chamado Minas.”

(Carlos Drummond de Andrade)


Busquei uma flor pequena
para enfeitar os teus cabelos
colhi palavras, fiz um poema
e dei de cantar esses versos

Estrela guia de minha vida
ilumine o dia cada vez mais
para quando à noite eu só estiver
no teu brilho eu encontre a minha paz

Busquei o conforto e apenas
no acalanto dos teus beijos
lancei-me ao vento para voar
[e voei
até re-pousar no firmamento

Estrela menina, estrela mineira
o mel e o dia e muito mais
acenda candeeiro na estrada a primeira
luz que me leva a Minas Gerais.

Criaturas do beco (Bruno Galera)

A crítica a toda forma de segregação, exclusão e pessoas que passam a vida inativas, sem luta, sem desafios, apenas esperando pelo dia seguinte e não contribuindo para ser a mudança que cada um de nós queremos ver no mundo...


“Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do horizonte?
- O que eu vejo é o beco.” (Manuel Bandeira)


As criaturas do beco
vivem na escuridão,
imploram a todo momento
por mais um pedaço de pão

Quem vê as tais criaturas
e mira o espelho, então,
reflete a indiferença
no rosto, mas na alma não

O Sol virá para todos
e a luz acenderá um clarão
ou será que esse nosso egoísmo
já cegou qualquer compaixão?

Não há cor que defina limites
nem acordo para a segregação
a liberdade ecoa no vento
e vibra as cordas do meu violão

Há muitas das tais criaturas
que não imploram por pedaço de pão
já se passou muito tempo
e não vale qualquer oração

mas, alguém disse:

“Criaturas, uni-vos!
[Façamos a revolução”
É hora de redescobrir no peito
O valor de uma antiga lição:

A esperança que inflama a alma
E impulsiona o nosso coração.

A liberdade que impulsiona a alma
E inflama o nosso coração.

Anoitecências / Firmamento da paixão (Hino à eterna paixão) - (Bruno Galera)

Esta letra é na verdade duas composições distintas que se somaram para compôr o que eu carinhosamente chamo de "Complexo Firmamento". "Firmamento da Paixão" foi minha segunda composição. Já "Anoitecências" surgiu algum tempo depois. A S.M.G. a qual definitivamente inspirou essa obra, dando vida à alma dessa canção, afinal, assim quando nasceu "Firmamento da Paixão" foi ela quem incentivou e se emocionou com repetidas e repetidas interpretações apaixonadas.


Cai a noite
qual um carrossel
dançam as estrelas
no baile do céu
Sobe a Lua,
gêmea do Sol
ilumina o meu caminho
[qual um farol
Guia o navegante
nos caminhos do mar
e leva para a casa
nos braços do lar

Vai, mensageiro,
nas asas do vento
buscar uma resposta
sem choro nem lamento

Meu coração já sabe voar
foi o seu amor que lhe ensinou
[a cantar
A canção virou hino
e todo o sentimento
repousa sobre as estrelas
no véu do firmamento.

----X----

Nos ventos do infinito
Sopra o sonho mais bonito
Voa alto o som dessa canção
Onde todo o sentimento
Repousa sobre o firmamento
Dou asas à imaginação
Posso ser cavaleiro
O mais bravo guerreiro
Empunhando a espada
[e o violão
Lá você é a donzela
Entre todas, a mais bela
A princesa do meu coração

Lá os silfos de magia
Convertem tudo em alegria
Desafiando os princípios
[da razão
Onde toda poesia dá o tom
[à melodia
Dessa nossa canção...
Voa alto, voa coração
Sobre o firmamento da paixão
Onde o vento sopra
[a mais linda canção
Esse é o hino à nossa paixão
Vou ao firmamento procurar
Por terra, vento, céu e mar
Lá encontrarei o meu amor
É a estrela, a poesia e a flor

Voa alto, voa coração
Sobre o firmamento da paixão

Voa alto, voa coração
Canta o hino à eterna paixão

Inspiração (Bruno Galera)

“Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.” (Cecília Meireles)


Toca violão, corda afinada
Um acorde, um som vibrante, língua afiada
Notas em tempos distintos
Éter com garrafas de absinto

Loucura, salve bacanais!
Viva a liberdade, o maior dos ideais

Quem define poesia?
Quem? Poeta ou cantor?
Na toada de cada dia
Nasce um novo trovador

Loucura, salve imortais!
Viva Montenegro, Tom, Chico e Vinícius de Moraes

Quem faz da música aquilo que sente
Une corpo, coração e alma à mente

Loucura, salve meu Brasil!
Homens, mulheres e crianças da pátria mãe gentil

Quem define poesia?
Nem poeta nem cantor
Nova era que se anuncia
Já é tempo de paz e...

Amor, salve a canção!
A arte é o banho do artista na fonte da inspiração