"Alma vai além de tudo que o nosso mundo ousa perceber".
É com esta passagem da letra de "Anima" de Milton Nascimento e Zé Renato que procuro a inspiração lapidada para escrever sobre algo tão íntimo quanto a redescoberta de si em si mesmo. O que é ser poeta revelado em menino e o menino recriado no poeta? Ser feixe e a luz é minha cor e essência? Ser pedra transformada em límpido cristal? Ser a voz calada não o silêncio?
Lembro-me de um Soneto de Camões:
"Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois consigo tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semideia,
Que, como o acidente em seu sujeito,
Assim como a alma minha se conforma,
Está no pensamento como idéia;
E o vivo e puro amor de que sou feito,
Como a matéria simples busca a forma"
Na busca pela inspiração além da matéria, recordei-me de Alan Kardec ao escrever que
"Nascer, morrer, renascer ainda, progredir sempre, tal é a Lei".
Eis minha mais nova composição inspirada ainda no lindo comentário de uma eterna fonte de inspiração e admiração mútua: "Outra Brilhante Rapsódia, Impetuoso Gênio Admirador Da Arte! Poesia Ensolarada, Lira Afetuosa, Melodia Universal: Sensações Insensatas Curiosamente Aflorando!"
Renascer em ty
da fonte o curso
imerso em meio
antes do Sol
nascer em si
o primeiro
[sopro o vento
reinventa o mar.
Renascer em mim
calada a voz
não o silêncio
no fim o início
o novo, um recomeço
feixe de luz de
cor e essência.
Renascer em ty
da pedra um límpido
[cristal
na boca um doce
’sabor divino
[e o sal
como brilha.
Renascer em mim
do todo que não existia
e o que da noite
em claro
[fez-se o dia
no menino
o poeta nele
[revela.
Renascer enfim
o que há de mais puro
[e belo
navegando em mares tão diversos
Universos
[uno versos
Encanto, Paraty
Clara
Luz
Anima
Um
Dia
Inteiro
Amor.
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